Por que a república e suas virtudes? A queda do Muro de Berlim, ao final da década de 1980, foi interpretada por muitos como o início de uma era pós-ideológica, triunfo da pax americana. Contudo, a crise política que se espraiou pelo mundo na última década pôs a nu as fissuras da ordem vigente. O desencanto, gradualmente, mina o appetitus societatis – o ímpeto (fundamental à preservação de toda e qualquer comunidade política) que leva os indivíduos a se engajarem em um projeto coletivo de organização social. Assim, compomos uma massa, mas não um povo. Se a vitalidade de um Estado evidencia-se pela capacidade do jogo de alternância de poder para absorver (e fortalecer-se com) a pluralidade e a divergência, em nossa sociedade, hoje, os ódios ideológicos terminaram por minar o sentimento de pertença a um espaço comum. Nessa conjuntura, é imprescindível que a Academia resgate a discussão teórico-filosófica a propósito do republicanismo, estrutura política cujos contornos buscam, justamente, assegurar o laço social em meio à multiplicidade de formas de vida e de opiniões, desvelando objetivos comuns pelos quais vale a pena lutar. Assim, os capítulos que compõem este livro peram pelos mais relevantes momentos da história ocidental no intuito de, ao perscrutar as reflexões e experiências pretéritas, da Antiguidade à Contemporaneidade – ando pelo Medievo, Renascimento e Modernidade –, oferecer um cabedal importante para uma visão mais crítica e, simultaneamente, propositiva para a república hoje. O público-alvo são intelectuais, professores e estudantes de diversas áreas do conhecimento dedicados a refletir sobre a república, mas também o público em geral, interessado no debate e carente de informações e reflexões que, efetivamente, possam apontar caminhos de resposta ao desafio contemporâneo. 5gq1p
Front Matter / Elementos Pré-textuais / Páginas Iniciales | ||
Apresentação | ||
República – virtude e virtudes e seus inimigos | ||
Republicanismo e virtude – uma introdução ao problema a partir de Aristóteles | ||
Entre a autoridade e o poder civil – a causa eficiente do poder político na segunda escolástica | ||
Algumas aproximações entre o elogio da cidade de Florença e a história do povo florentino – de Leonardo Bruni | ||
O Republicanismo de Kant | ||
Por falar em virtudes – separação dos poderes, força vital da constituição e lealdade institucional (ou quis custodiet ipsos custodes?) | ||
Filosofia do estado e utopias históricas – comunidades alternativas como laboratórios de experimentalismo institucional | ||
Movimento republicano no brasil através de textos – do manifesto republicano de 1870 à constituinte de 1890-1891 | ||
Sobre os autores |