Pasolini: poesia, paixão e política apresenta dois núcleos de interesse: 1) a figuração poética dos imes sociais do pós-guerra em As cinzas de Gramsci e, a partir daí; 2) a reflexão aguda e original sobre o fascismo, que acompanha toda a produção intelectual pasoliniana. Até segunda ordem, nenhum desses dois aspectos centrais têm a sua validade vencida. Ao contrário, parece que os paradigmas políticos, sociais, econômicos e culturais de hoje nos convocam, com ainda mais força, a voltar a pensar em Gramsci – e sua investigação funda dos elementos humanos capazes de nos levar a uma condição histórica nova – e em Pasolini – com sua abordagem herética do marxismo, que resulta em uma poesia civil autocrítica, impregnada com os problemas sociais, e em um pensamento corsário que denuncia incansavelmente os esquemas da permanência do fascismo no processo de “transição sem transformação” do capitalismo contemporâneo. Nesta obra, destaca-se a aproximação de Pasolini ao pensamento marxista. Como poucos, esse “pensador corsário” problematiza os limites da linguagem através de uma perfeita articulação entre as dimensões da poesia, da paixão e da política. Sua obra é uma rosa de beleza resistente, nascida num tempo entristecido pelo fascismo, que ainda é o nosso tempo. Mas a inteligência de Pasolini continua a vigiar, por trás das sombras, as possibilidades de um mundo novo. 265g6n
Front Matter / Elementos Pré-textuais / Páginas | ||
Apresentação | ||
Parte 1 – As cinzas de Gramsci: realismo e catarse | ||
Capítulo 1 – Esquema crítico de As cinzas de Gramsci | ||
Capítulo 2 – O “coração consciente” como núcleo expressivo e crítico do poema | ||
Capítulo 3 – A “tomada estética da realidade” como princípio estético de As cinzas de Gramsci | ||
Parte 2 - Contrapontos: fascismo(s), Calvino, Drummond | ||
Capítulo 4 – A reflexão sobre o fascismo nos Escritos corsários | ||
Capítulo 5 – O debate “Pasolini x Calvino”: lições sobre o lugar do escritor na contemporaneidade | ||
Capítulo 6 – Uma rua começa em Drummond e chega em Pasolini: notas sobre poesia participante à periferia do capitalismo | ||
Considerações finais | ||
Referências |