Sabemos que os processos de aprendizagem são marcados pelo contexto social e cultural onde ocorrem, mas poucos estudos vêm ancorar essa afirmação com dados etnográficos detalhados. Este livro se propõe a fazê-lo. A partir de uma etnografia na região do Baixo Tapajós (Pará), interações entre adultos, crianças e jovens – em atividades como o plantio de mandioca e a produção de farinha, a caça, a pesca, a construção artesanal de barcos, ou ainda, a narrativa de histórias de “encantados” – são descritas com intuito de evidenciar como a aprendizagem dessas habilidades ocorre no cotidiano. Como é comum em outros contextos nos quais os novatos têm o à maior parte das atividades das pessoas mais experientes, no Tapajós aprende-se participando progressivamente dessas atividades. O livro apresenta uma revisão de literatura sobre essa modalidade de “aprendizagem por participação”, explicitando seus princípios gerais e as idiossincrasias da região estudada. Ali, adultos e pessoas mais experientes de maneira geral mostram-se particularmente pouco pacientes com os novatos. Nada mais distante da realidade local que a ideia de que é “errando que se aprende”. A aprendizagem acaba, então, sendo percebida como um desafio: e tu, afinal, “tu garante?” 6s2q4s
Front Matter / Elementos Pré-textuais / Páginas Iniciales | Preview | |
Prefácio | Preview | |
Introdução | Preview | |
Parte I – Fabricando Filhos | Preview | |
Capítulo 1 – “Os filhos são a nossa riqueza” | Preview | |
Capítulo 2 – “Essezinho é de criação”: circulação de crianças no Tapajós | Preview | |
Parte II – Experiências de Aprendizagem | Preview | |
Capítulo 3 – “Tu garante?” A participação e suas condições | Preview | |
Capítulo 4 – Aprender apesar dos adultos | Preview | |
Capítulo 5 – Donos dos lugares, donos dos saberes | Preview | |
Capítulo 6 – Mães, donos e outros bichos nas narrativas das crianças | Preview | |
Considerações finais | Preview | |
Referências | Preview |