Nos tempos atuais de crescente visibilidade pública dos candomblés, dos seus registros nos livros de tombo e da retórica de preservação dos patrimônios culturais afro-brasileiros, não resulta supérfluo lançar um olhar atento para um ado não tão remoto em que tais práticas de matriz africana eram ora silenciadas, ora perseguidas e depreciadas porquanto identificadas com atraso e desvio dos modelos civilizatórios europeus. Se esse olhar retrospectivo resulta salutar ao constatar o quanto se avançou, ele também nos alerta para o quanto ainda se precisa avançar, pois os discursos da intolerância religiosa de ontem se alastram até hoje, embora em novos púlpitos, com os mesmos efeitos perniciosos. Nesse sentido, o livro de Edmar Ferreira Santos atinge uma meta que qualquer pesquisa em história social pode almejar: a de nos permitir compreender em detalhe a complexidade do ado para, através dele, iluminar os paradoxos do presente (trecho retirado do Prefácio do livro). 425n2f
Front Matter / Elementos Pré-textuais / Páginas Iniciales | Preview | |
Prefácio | Preview | |
Introdução | Preview | |
Capítulo I - Os batuques da cidade: celebrações negras e idéias de civilização | Preview | |
Capítulo II - A marcha dos candomblés: a dor e a dádiva da cura no interior da Bahia | Preview | |
Capítulo III - Políticas locais e religiosidade afro-baiana: repressão e estratégias de resistência | Preview | |
Capítulo IV - As senhoras do segredo: lutas, encantos e desencantos na resistência dos candomblés | Preview | |
Outras histórias | Preview | |
Referências | Preview | |
Apêndice: jornais e outras fontes | Preview | |
Anexo: mapa e fotografias | Preview |